Acabou a 1ª fase da tormenta, mas ainda faltam duas. Os resultados seriam muito piores se o PS tivesse ganho, mas não ganhou. Mas, quanto a mim, não perdeu. Perdeu na disputa directa com as sondagens, que eram absurdas. Numas eleições a que ninguém liga nada era escandaloso, digo eu, que o povo premiasse o partido do governo. Nunca foi assim, não percebo porque seria agora. Curiosamente tenho a sensação que se as sondagens previssem a vitória do PSD, os socialistas teriam mais votos.
Achei, também, desajustada a ideia do Paulo Rangel de que o governo já não tem condições para conduzir o país. Primeiro porque as eleições europeias são o que são e depois porque o PSD, a alternativa de governo que ele preconiza, ganhou com menos de 32%. Se imaginarmos um resultado idêntico nas eleições legislativas como seria composto o governo? Quantos primeiros-ministros iríamos ter?
O cenário, para mim, até seria agradável porque defendo que só com uma mudança total, a começar pelas nossas cabecinhas, poderia ser possível melhorar este país e recuperar uma parte do futuro que temos vindo a hipotecar.
É claro que para quem está hoje na política isso não interessa. Passar por um governo é uma espécie de mestrado profissionalizante que garante empregos seguros e com ordenados chorudos. Acho, até, que eles preferem não estar por lá muito tempo.
O Bloco, sim, ganhou. Mas, para nossa infelicidade, até isso vai prejudicar os nossos bolsos. Sabendo-se que o capital é que nos decide a sorte, quem é que vai querer investir num país onde mais de 20% dos eleitores votam nos, por eles considerados, partidos de extrema-esquerda (BE+CDU)?
Concluindo perdemos todos, mas será que nesta democracia escangalhada ainda podemos ganhar alguma coisa? Podemos, sim, mas resistir já não chega. É preciso lutar, talvez até destruir, para reconstruir.
Achei, também, desajustada a ideia do Paulo Rangel de que o governo já não tem condições para conduzir o país. Primeiro porque as eleições europeias são o que são e depois porque o PSD, a alternativa de governo que ele preconiza, ganhou com menos de 32%. Se imaginarmos um resultado idêntico nas eleições legislativas como seria composto o governo? Quantos primeiros-ministros iríamos ter?
O cenário, para mim, até seria agradável porque defendo que só com uma mudança total, a começar pelas nossas cabecinhas, poderia ser possível melhorar este país e recuperar uma parte do futuro que temos vindo a hipotecar.
É claro que para quem está hoje na política isso não interessa. Passar por um governo é uma espécie de mestrado profissionalizante que garante empregos seguros e com ordenados chorudos. Acho, até, que eles preferem não estar por lá muito tempo.
O Bloco, sim, ganhou. Mas, para nossa infelicidade, até isso vai prejudicar os nossos bolsos. Sabendo-se que o capital é que nos decide a sorte, quem é que vai querer investir num país onde mais de 20% dos eleitores votam nos, por eles considerados, partidos de extrema-esquerda (BE+CDU)?
Concluindo perdemos todos, mas será que nesta democracia escangalhada ainda podemos ganhar alguma coisa? Podemos, sim, mas resistir já não chega. É preciso lutar, talvez até destruir, para reconstruir.
3 comentários:
Muito boa a tua análise, sim senhor:
1.º - O PS ganhou
2.º- O Sócrates referiu na campanha eleitoral que os votos no PS eram votos de confiança no Governo. Já ninguém se lembra disso. A memória é curta.
3.º - O PSD só teve 32% e não poderia governar, mas o PS governa com qualquer percentagem (o Costa em Lisboa só teve e 20 e poucos por cento e é presidente da Câmara). Mas, para os fanáticos do PS tudo é bom, desde que seja do PS.
4.º- É verdade que a passagem pelo Governo garante empregos com remunerações chorudas ao pessoal do PS e PSD. Lá se vai o mérito. Interessa é ser do PS ou PSD.
3.º - O Bloco ganhou. E a CDU que teve mais 70.000 votos e subiu um e meio por cento, essa perdeu, claro.
Já contam os dois juntos (PCP + BE) se for para a velha história dos investimentos estrangeiros. Mas se é o "povo quem mais ordena", porque se chateiam tanto com isso? Não foi o povo que quis assim?
4.º - Agora vamos para as legislativas. Como não se pode dissolver o povo, que não quer votar no PS , vamos fazer o quê?
Emigrar todos, como os capitalistas, que não querem estar num país onde a esquerda sinistra (como alguns lhe chamam) tem mais de 21% dos votos?
Eu fico...
Para quem aguentou o Sócrates quatro anos, qualquer coisa se aguenta.
Meu querido amigo, confesso que já tenho saudades de falar contigo de outras coisas, mas como quero comunicar contigo sempre, falarei do que for preciso. Eu sempre tive a sensação que eu e tu estávamos no mesmo barco, apenas usamos remos diferentes. Há diferenças na forma como olhamos para o estado da nação.
Eu acho que está tudo mal e não confio nesta corja de políticos chamem-se eles Sócrates, Novo, Louçã, Melo, Rangel, etc... Eu tenho a convicção que a infecção começou há muitos anos e que estes já não se podem purgar. Eu queria que eles caíssem todos e que se investisse na mentalidade do povinho para sermos capazes de construir um país de ideias novas.
Tu achas que está quase tudo mal, parece-me a mim, embora queiras dar a entender que o PS é que é o mal. No que não está mal colocas o PCP e os arranjados com ele.
Presumo que é só isso que nos divide.
Quanto à análise que fizeste da minha análise fiquei a perguntar-me se realmente leste o post, ou se já me catalogaste como fanático do PS e, sendo assim, toca a malhar nele (em mim).
As minhas respostas:
1º. - "Os resultados seriam muito piores se o PS tivesse ganho, mas não ganhou." Está no post.
2º. - O Sócrates teve 26,57% de votos de confiança dos 37% dos eleitores portugueses que se deram ao trabalho de ir votar. Acho muito.
3º. - O Costa conta com o apoio do Zé, o fixe do BE, e da Roseta.
4º. - PS, PSD, CDS ou BE, CDU, MRPP, desde que passe pelo governo e conheça os podres dos políticos utilizáveis ...
3º. (que é 5º.)- Eu não escrevi que a CDU perdeu, pois não? Embora me faça confusão, tenho de confessar, que o partido de Álvaro Cunhal seja ultrapassado pelos restos do partido de Acácio Barreiros juntos com a Associação Cultural do Bar das Palmeiras.
4º. (que é 5º.)- Agora era uma boa altura para levantarmos o rabinho do sofá e ir lá aos comícios deles todos, exigir respostas, mostrar a força do povo. Era tempo de sermos activos como cidadãos e deixarmos de extrapolar para a política as rivalidades futebolescas. Os partidos, estes partidos, não nos servem. Pelo menos com estes senhores a dirigi-los. Ninguém precisa de emigrar, apenas precisamos todos de deixar de ser comodistas e passarmos a fazer aquilo que nos compete, que é tomarmos conta daquilo que nasceu do suor dos nossos antepassados e do nosso e que queremos deixar aos vindouros pelo menos tal e qual nos deixaram a nós.
Um abraço apertado, com muitas saudades.
Caro Zé Leonel:
Tu escreveste " Mas, quanto a mim, não perdeu" - sobre o PS.
Daí eu ter escrito que tu escreveste que o PS ganhou.
Outra que escreveste foi "O Bloco, sim, ganhou. Mas, para nossa infelicidade, até isso vai prejudicar os nossos bolsos".Mas o que é que isso interessa se foi o povo que decidiu assim?
O facto do Sócrates ter a confiança de 26% dos 37% que votaram não quer dizer nada, porque isso é a velha teoria de que a abstenção não prejudica todos por igual.Nunca foi provado, até agora, desde há 35 anos a esta parte. Afinal, só votaram mesmo os fanáticos de todos os partidos. Eu, que me considero um fanático por política, votei. Os outros, é problema deles... Se se queixarem, não tenhio culpa nenhuma. Eu não me dei ao trabalho de votar, eu gosto mesmo de votar. Tenho um prazer enorme em votar.
Nunca escondi que sou contra o PS, até faço gala nisso. Sobretudo desde que o PS fez o que fez com os professores ( e quem anda por lá a aturar os pais- não os alunos)sabe do que falo).
Portanto, tudo o que seja o arrogante PS perder , para mim é bom. Muito bom...
Um grande abraço, amigo Zé Leonel
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