Se calhar não precisava de ter dito aquilo ao gajo, não era um cheirito, até porque a maior parte voa, que me ia transtornar. Mas deu-me um imenso gozo ver a transformação da cara dele, até aí altivo com o seu saco de coca na mão e a boca sempre a fazer caretas, quando eu lhe perguntei se tinha uma nota de 500 Euros, porque eu só cheirava com notas de aí para cima. Vim todo o caminho de regresso a casa a rir às gargalhadas. O dono da casa não achou muita graça, por temer que o abonador se chateasse, mas eu tive a preocupação de vir logo embora e lhe deixar a possibilidade de se desculpar alegando que eu sou maluco ou tenho uma qualquer espécie de tara. Tenho a certeza que se safou bem. Ainda me lembrei daquele maluco que dizia que espalhava coca no cabelo e que sacudia a cabeça para cima da mesa quando queria snifar e a mãe, ia-lhe comprando champôs para a caspa sem nunca se aperceber de nada. E daquele que foi para a casa de banho preparou os risquinhos para cheirar, enrolou a notinha e quando se inclinou para consumar o acto o cotovelo levanta e activa o aparelho de secar as mãos e lá se foi a branquinha com a ventania.
04/05/10
Cocas
Publicada por Zé Leonel à(s) 5/04/2010 11:27:00 da manhã
Etiquetas: Desventuras de um neurónio perdido
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