31/01/05

Voto em branco.

Eu tenho um lar, mesa e máquina de lavar roupa. Tenho amor, amores vários e diferentes. Ainda tenho acesso aos hospitais, aos produtos de limpeza, às ondas hertzianas. E tenho sexo e algumas moedas antigas, e livros, e dívidas e tudo.
Vou votar em quem?

Quem e quando escreveu isto?

Pois é tenho uma pergunta para vocês, digam-me lá quem escreveu isto e quando foi que o fez. Há prémios. Ora leiam lá com atenção:

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. (...)
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. (...)
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»


Pois parece.

28/01/05

A Fraude diz que há uma Mega-Fraude....

O desgraçadinho continua a insistir na martirização, agora considera que existe uma mega-fraude nas sondagens que apontam para o resultado esperado por toda a gente. Já tinham apontado baterias à empresa Eurosondagens com um argumento similar. É triste.
Todos nós temos conhecidos assim, aqueles que só fazem asneiras mas que nunca têm a culpa de nada, há sempre alguém ou alguma coisa que fez com que a asneira acontecesse. A esses costumamos apoiar, aconselhar e esperar que melhorem. Mas um país não pode esperar. E também nunca conheci ninguém como este agora, ele sim uma fraude.

26/01/05

Ai o "Contexto"!...

O "contexto" é um problema. Mais do que isso: o "contexto" farta-se de criar problemas. Mais ainda: o "contexto" é o pai de todos os problemas!
Se não houvesse o problema do "contexto", a nossa vida correria bem. Os políticos diriam coisas lógicas e coerentes. Os governantes anunciariam o que tencionavam, de facto, fazer. Os dirigentes desportivos criticariam o que querem criticar e desculpariam o que querem desculpar. Os comentadores comentariam, os profetas profetizariam, os bloguistas blogariam, e tudo seria aquilo que se dissera que era.
Mas não. Antes do texto, depois do texto, para além do texto - há o "contexto". O "contexto" é que estraga tudo. O "contexto" é que põe uma pessoa a dizer o que ela não disse, ou disse, mas não exactamente assim, ou disse só assim-assim, não com aquela intenção embora com aquelas palavras, quer dizer, disse mas não disse, ou não disse mas disse, e nem queria exactamente dizer...
Sim, eu sei que muitas vezes os jornalistas retiram indevidamente certas declarações do seu contexto e, com isso, cometem abusos de arrepiar. Mas convenhamos que é difícil encontrar hoje, na vida pública portuguesa, umas costas mais largas que as do dito "contexto".
Quando Francisco Louçã tem aquela tirada tão infeliz contra Paulo Portas a propósito do aborto, está bom de ver que as declarações precisam de ser lidas no "contexto". No fundo, o que ele disse seria totalmente diferente se se tivessem transcrito mais cinco minutos de conversa antes e cinco minutos de conversa depois! Se se tivesse mostrado o "contexto". Assim...
Quando Nuno Cardoso, ele que se dizia "muito calmo", perde as estribeiras a propósito de um assunto de justiça e começa a insinuar perseguições de todo o mundo, é óbvio que o momento não pode ser visto isolado do seu "contexto". No fundo, o que ele disse não foi bem o que ele queria dizer, aliás ele quase não disse, apenas sugeriu, e se disse o que disse foi só porque estava nervoso, e quando um político está nervoso já se sabe que até troca o texto - quanto mais o "contexto"!
Quando Santana Lopes fala do "incómodo" causado pelas fugazes férias africanas de Morais Sarmento, é mais que evidente que as suas declarações têm de ser lidas no "contexto". Se calhar o "incómodo" até era por ainda não ter recebido notícias dele, ou por uma pontita de inveja por não ter ido também, ou porque no momento estava mal do estômago, vamos lá imaginar, a palavra "incómodo" pode ser usada por um político, e logo um político eloquente como Santana Lopes, em tantos e tão variados "contextos"...
Quando Rui Rio se escusa a responder a perguntas dos jornalistas, garantindo que eles vão pegar só em algumas das suas palavras (e certamente não as melhores...) para fazer mais uma "intrigalhada" política, é claro que não está para aturar as falhas de "contexto" dos jornais e televisões. Se lhe dessem meia hora em directo na TV ou uma página inteira de jornal dia sim, dia sim, aí é que nós íamos ver o que ele tem de texto para nos dizer!
E etc., etc., etc... Neste contexto, não espanta que nos vá faltando a paciência.

Por JOAQUIM FIDALGO

25/01/05


R.I.P. meu querido Óscar.

Vaga de frio.

Andam agora as televisões preocupadas com o facto de o nosso país ter ou não planos de emergência para a possibilidade de haver uma vaga de frio. Que hipocrisia.
Há dias contava-me a Teresa, professora de inglês, que lecciona em Santa Catarina que os miúdos lhe perguntaram porque não trazia um aquecedor de casa para as aulas, porque outra professora já o tinha feito. Mas os petulantes senhores que nos querem viciar em preocupações procuram planos de emergência. Não há saco!

24/01/05

O Óscar deixou-me.

Hoje estou sem palavras, todos os assuntos esbarram na dor estranha da perda do meu Óscar. Acordei de manhã com o telefone a tocar e estranhei que ele não me desse os bons-dias, nunca mais vai dar.

22/01/05

Amar.

Mas porque é que amar não é só amar?

20/01/05

Vivam as eleições.

A Democracia tem muitas coisas más, tem sim. É já um lugar comum dizê-lo. Mas a Democracia também tem coisas boas.
Aqui no meu sitiozinho as queixas sobre o urbanismo e os espaços verdes não são muitas: uma rotunda mal sinalizada ali, um esgoto mal tapado acolá, uma relvinha menos cuidada lá para cima, uma árvore que sucumbiu e outras coisas do género.
Por cá as pessoas perante qualquer destas coisas, protestam, fazem abaixo-assinados, mandam missivas para as autarquias mas a resposta é igual a nada, quase sempre. Até que chegam as eleições. Isto enche-se de máquinas, de jardineiros, homens a pintar o asfalto, é uma maravilha.
Já estamos a pensar fazer outro abaixo-assinado a exigir que haja eleições todos os anos.

19/01/05

Há palavras chave.

Passavam os anos e ele não conseguia os seus intentos, não sabia se a amava, se aquilo era apenas paixão ou se era apenas desejo. Mas pensava nela a toda a hora. Contudo tinha medo de perder o seu convívio e nunca se atreveu a avançar. Bom, pavoneava-se um pouco, tinha alguns atrevimentos, emitia mensagens subliminares, mas não conseguia ser completamente explícito.
Um dia quando já todo este assunto estava mole para ele, estavam num jantar e após beber uns copitos disse: - Embora trocar orgasmos?
- Então não, vale mais tarde do que nunca.

Onde é que estão?

Depois da guerra do Iraque, das palhaçadas de um governo como nunca se viu, da pobreza que espreita, de um tsunami assassino e de outros tantos horrores, era de esperar algo de melhor para os tempos que se aproximam. Como se diz depois da tempestade deveria vir a bonança, mas não vem. Para nós, portugueses, não virá.
Aquilo que ouvimos desde que o governo da nossa terra foi, finalmente, destituído não nos deixa qualquer esperança de melhoria. Portugal parece não ter gente com capacidade de o governar, gente com vontade de mudar o rumo de um país pedinte, fracassado, inculto e sem expressão intelectual.
Mas afinal o que é que falta às pessoas que hoje nos machucam a inteligência para que possamos acreditar neles? – Falta ética, responsabilidade, integridade, respeito pelos cidadãos, disciplina e trabalho. Só e apenas isso!
Já não há pessoas assim?

17/01/05

O quê?

Tira daí do sol os óculos de sol senão ainda se estragam.

16/01/05

A Tormenta e o Fascínio.

Há coisas que me fascinam outras que me atormentam. É assim com toda a gente, penso eu.
Agora é o raio do PC que me atormenta vamos ver se estabiliza para, pelo menos, alimentar este blog.
Na sexta fui jantar à minha Cova Funda e estava em estado de fascínio, tal que levei o casal da mesa ao lado comigo. Não os conhecia de lado nenhum, trouxe-os a casa alimentei-os de líquidos e transportei-os até ao Jamaica. Sempre no mesmo estado de fascínio. Dancei, bebi, cantei, troquei mimos, ofereci flores e depois fui levá-los a casa. Foi bonito.
Às 5 da manhã estava na pior das tormentas, mas nunca disse que a vida é uma merda, porque tenho a certeza absoluta que vou afogar a tormenta em fascínios vários.
Ai...

13/01/05


Que delícia...

10/01/05

Convite

A sério, agora morri
Devagarinho…
Sem estacionar, morri!

Vem cá! Onde estás?
Tu, não és tu a deusa do sexo
A outra da verdade
Do a sério, vem cá!

Quero-te.

Sem falar, sem medos
Sem seriedades, sem nada.
Com tudo. Anda cá!

A morte é um número
Sem história, sem memória.
Sem nada.

Anda!

Só mais uma vez.

Ligar a televisão e durante 15 dias assistir a ¾ da informação dedicados a imagens do tsunami, alguns com música de fundo, reduz o mal-estar inicial de tamanha catástrofe. Será que é isso que a TV quer fazer?

Ontem fomos à praia de Santa Cruz, os miúdos ficaram largos minutos a contemplar o mar e as ondas e depois de alguma reflexão disseram: -É tão bonito!

09/01/05

15 Dias

No dia que aquilo galgou a terra eu ia a caminho da serra de Espinhaço do Cão. Lá a televisão era a lareira, também dava sempre o mesmo mas ardia com o cheiro que quiséssemos e até onde a lenha conseguida no dia permitisse. Cheguei e haviam dois casos, o tsunami e o meu pc que avariou.
Não fui capaz de arranjar o computador!