22/11/07

E as crianças...?

Estou engripado, cheio de expectoração, tosse, corpo dorido e tal. Mas também ando irritado com as notícias, ou, se calhar, ando mais irritado com elas por causa do mal-estar físico.

Ando irritado com o tratamento do caso Esmeralda, que depois de transformar um marginal em madre Teresa de Calcutá ainda tenta responsabilizar a única parte que cumpriu a lei pelos problemas da criança.

Ando irritado com os casos Casa Pia, por me aperceber da quantidade de sacanices que se estão a fazer à margem dos processos e de como a sociedade admite que se façam autênticos linchamentos morais apenas por vinganças pessoais de algumas personalidades de carácter duvidoso.

Ando irritado com o caso Maddie porque é óbvio que a força da política e do dinheiro suplantou a verdade e os esforços policiais para a descobrir.

Ando extremamente irritado porque nestas notícias há sempre um denominador comum que são as crianças, elas são a matéria-prima dos casos, no entanto, rapidamente desaparecem de cena para dar lugar a outros protagonistas e, até, beneficiários. E elas?

15/11/07

Mas porquê?

Ainda há dias fazia aqui referência ao blogue do Pedro Namora e a questão é sempre a mesma. Porque é que as lutas na nossa terra têm sempre que roçar o ordinário, o insulto gratuito sem detalhes, o ataque desenfreado sem ser fundamentado? Porquê? O que foi feito daquelas manifestações enormes em que as palavras de ordem eram sobre a a razão da manifestação, que quase sempre obtinham resultados. Hoje prefere-se chamar nomes aos ministros, dizer que os governos têm que cair, usar todos os impropérios que se conhece, etc... Será por isso que, normalmente, só quem se manifesta conhece as razões da manifestação? Falta muito para queimarem espantalhos e bandeiras como é comum nos fundamentalistas?
Isto vem a propósito do Blogue ACABPortugal.
Alguém me pode ajudar a perceber o que se procura com esta luta? É luta?

14/11/07

Os meus disparos. (02.12.2007)

Atirei os BangBalan para a Praça do Comércio no dia 2 de Dezembro (Domingo) onde vão fazer uma acção de rua a partir das 14 horas. Os BangBalan são um projecto que se dedica ao estudo de ritmos tradicionais da costa ocidental de Africa (Guiné Conakry, Senegal, Gambia, Burkina Faso, Mali, etc.), mais propriamente, ritmos originários das etnias Malinke e Sussu. Vem ver e ouvir.

Os meus disparos. (18.11.2007)


Atirei as LAS DIVAS (na foto), para os claustros do Ministério das Finanças na Praça do Comércio. Dia 18 de Novembro, domingo, pelas 16 horas. Gospel bem interpretado e que Lisboa vai gostar de ouvir e ver. Vem.

Dia de anos colectivo.

Hoje toda a gente faz anos, a minha guerra é conseguir lucidez para dar os parabéns a todos. A partir do terceiro a coisa complica-se muito.
E, para as contas ficarem certas, temos de somar as idas a centros comerciais, os quilómetros realizados, as análises de prospecção, os telefonemas a apalpar, etc...

13/11/07

Se há quem mereça...


Corria o ano de 1995, estávamos em 22 de Setembro. Chegámos ao hotel em Barcelona e no dia seguinte íamos tocar na Plaza Reial integrados no BAM'95. O tempo era pouco e por isso corremos a depositar as bagagens no quarto de hotel para podermos ir dar uma volta, jantar e ainda dar uma espreitadela na exposição sobre o BAM que decorria numa sala próxima. Como sempre, não nos importava o número de estrelas do hotel nem a sua funcionalidade. Era limpo , tinha cama e bar, logo era bom.
Passeámos pela cidade e conhecemos as cervejarias possíveis até as pernas ficarem preguiçosas e exigirem descanso. Regressámos para o hotel. Passámos o hall, agora já repleto de pessoas giras e , algumas, estranhas. Dirigimo-nos ao elevador e foi aí que percebemos que já não estávamos sozinhos. As paredes do elevador e depois as do corredor dos quartos estavam completamente riscadas, desenhadas, pinchadas. Tinham chegado os Da Weasel, acabadinhos de gravar o 1º CD que os media rotularam de 1º disco de hip hop de uma banda portuguesa - "Dou-lhe com a alma".
Era o começo de um grande caminho de um dos projectos mais fortes da nossa música. Estes, na altura para mim, sucedâneos do MRPP, têm, 13 anos depois, conquistado uma enormidade de seguidores e a forma astuta como driblam o mainstream possibilita-lhes a existência por muitos mais anos. E, até eu, já acredito que não interessa o que dizem as letras, interessa é como as pessoas as ouvem. Um grande abraço ao Puto Pac quebrador de corações, ainda vamos fazer mais bravas danças e, don't forget, na tua eu quero lá estar.

12/11/07

E a próxima maioria é....


Para mim, ao longo destes anos após 74, maiorias absolutas no parlamento sempre foram prejudiciais. Num país onde a intervenção cívica é diminuta e onde a substância das lutas populares é sempre o dinheirinho ou as regalias perdidas ou a perder, não é fácil governar. A maioria absoluta vem, de alguma maneira, facilitar o governo. Quando não há forma ou arte para convencer quem vota, utiliza-se quem já votou para seguir caminho. Foi assim com Cavaco é com Sócrates e voltará a ser com outro qualquer.
Desengane-se, no entanto, quem achar que o à-vontade do governo actual se deve simplesmente à maioria alcançada nas urnas. Para os portugueses em geral vive-se hoje a convicção que com Sócrates é mau mas que não temos melhor e por isso vivemos no mal menor. Dizer-se que o nosso 1º manipulou o canudo não colhe entre um povo iletrado, não lhe interessa, e não colhe entre os letrados porque grande parte deles procuraram ou viram procurar tornear dificuldades de forma idêntica. Dizer-se que o homem é arrogante não faz a mínima diferença aos portugueses, o Mourinho também era e eles adoram-no e a maioria até acha que Sócrates está igualzinho ao que era nos debates com o Santana na TV, em tempos idos. Estou, por isso, convicto que se houvessem eleições em Janeiro o PS voltaria a conquistar maioria absoluta sem precisar de fazer campanha. Quem legitima esta maioria, para o povo, é a oposição actual. Enquanto o CDS continuar apenas preocupado com a imagem do Paulo Portas, os comunistas e próximos não conseguirem resolver o sarilho em que se meteram com os professores e restante funcionalismo público e enquanto o PSD se permitir manter Marcelos, Pachecos e afins a protagonizar em seu nome, isto só vai dar PS. E, mais complicado do que isso, o PS pode passar os próximos anos apenas a apontar os podres desta oposição sem precisar de responder a coisa nenhuma, e a fazer comédia, e a inferiorizar sabendo que o povo gosta disso.
A coisa é tão preocupante que neste momento não descortino quem faça frente a Sócrates fora do seu partido. Neste momento só Manuel Alegre pode desfazer, em eleições, a hegemonia da maioria. E isto é algo de novo, só assemelhável ao PRD do Eanes e é muito preocupante.
Deviamos reflectir.

Afinal ele até ajudou os espanhois:

Un comentario de Carmen De Carlos, periodista del diario ABC de España, que cubrió la Cumbre.

11 Noviembre 2007


El Rey, Chávez y ZP


Hugo Chávez no lo sabe pero le ha hecho un favor enorme a media España (y a la otra media también). Los que presumían de republicanos comienzan a sentirse monárquicos y los enemigos irreconciliables como ZP y Aznar han terminado charlando por teléfono y echándose flores (no muchas pero con una basta).

Increíble pero verdad y todo gracias a Chávez que salió como un miura hasta que se topo con el Rey. Don Juan Carlos estaba tan harto de él como la mayoría de los Jefes de Estado de la Cumbre de Chile pero hizo lo que otros no se atreven: se echó al ruedo, paró, mandó, templó y silenció a la bestia bolivariana con cinco palabras: ¡¿Por qué no te callas?!.

Algunos creen que la frase, en la mente del Rey, continuaba con la preposición "de" seguida de "una" y un sinónimo de meretriz pero eso sólo lo puede saber Su Majestad y, la verdad, no creo que nadie se atreva a preguntarle. Lo único que se pudo comprobar in situ fue que dijo lo que dijo y que Hugo Chávez se lo había ganado a pulso.

Repasemos los antecedentes para entender cómo se llegó a esa situación. Chávez pensó que, como hasta ahora, podía seguir jugando a ser el chistoso de todas las reuniones . Sus motivos tenía porque en América Latina, quién más quien menos le debe algo ("petrocheques") y el que no tiene deudas pendientes con él, prefiere tenerlo de amigo antes que de enemigo.

Pero, al llegar a Chile, de repente, descubrió que nadie le reía las gracias. Salvo a la prensa, al resto de los mortales les importaba un bledo si iba o se quedaba en Caracas, si le parecía bien el lema de la Cumbre o un horror haberla bautizado con esa frase tan pretenciosa como "Inclusión social..." y bla, bla . El caso es que él no existía porque el follón, en esta ocasión, lo habían montado los argentinos y los uruguayos con la dichosa fábrica de celulosa.

Así las cosas el ex golpista decidió arremeter contra Aznar llamándole "fascista" y acusándole de ser cómplice de otro golpe de Estado, el de abril del 2002 que casi termina con su Presidencia bolivariana. Pensó que, como cuando llamó a Fox "cachorro del imperio", no iba a pasar nada. Se equivoco y se encontró con que ZP mandó a Moratinos a quejarse con Nicolás Maduro, ministro de Asuntos Exteriores de Venezuela. Como estaba avisado, Maduro dijo que lo tenían crudo porque le había entrado una fiebre terrible y que suspendía la entrevista. Esto, -es fácil decirlo a toro pasado-, era un aviso de lo que se avecinaba.

Hugo Chávez vió el cielo abierto para recuperar el protagonismo perdido. Aprovechó su turno en la sesión de clausura y redobló la apuesta de los insultos: Aznar además de fascistas pasó a ser "racista" y "serpiente" sin humanidad. La provocación causó efecto: ZP tomó el micrófono y le exigió respeto. Lo hizo, -de verdad- con talante y firmeza al mismo tiempo pero, como quería Chávez, había entrado al trapo.

Lo que no estaba en sus cálculos es que la puntilla la recibiría él y mucho menos de que el matador sería el Rey, el único en su vida que le ha dejado mudo. Al menos, por unos minutos.

11/11/07

Carinha lavada.

Tenho estado a pintar a casa, esta, e a colocar-lhe umas modernices. Já se nota, não nota? Fico preocupado comigo quando penso em fazer limpezas, arrumações e coisas do género.

08/11/07

Tenho pena.

O Sporting fez ontem um jogo fantástico com o A.S.ROMA que nos fez parecer que o clube de Alvalade já estava integrado nos grandes da Europa. Fez um excelente jogo mas não ganhou e não ganhou porque no último minuto apareceu aquele golo fortuito e porque o árbitro anulou um golo aos portugueses sem se saber porquê. Começa a ser hábito estas vitórias morais, foi assim com o Porto com aquele livre inventado e com o Benfica com aquele penalti que o árbitro auxiliar viu mas o principal não viu. Estas vitórias morais não são daquelas em que se joga melhor se merece ganhar mas o golo não entra, não, aqui joga-se melhor, merece-se ganhar mas o árbitro não deixa. É a pouca força que o clube tem nas instâncias do poder? Pode ser, mas não é isso que me chateia. O que me irrita mesmo é a forma como a comunicação social lida com o problema e isto é um assunto de longa data. Não me conformo que na área do desporto também se tenha que dar as notícias que o pagode quer ler. É que o desporto tem regras, tem suor, tem muito esforço.

Hoje e após o jogo com o Roma a notícia é que o Liedson não fica muito tempo no Sporting, tenho pena, tenho muita pena, não do Liedson mas da falta de um justo tratamento ao clube que terá, provavelmente, a melhor escola de futebol da Europa, que cria campeões e abastece os melhores clubes do mundo. Ao invés disso os media preferem dizer que está em crise, mesmo que utilize um orçamento inferior a 1/5 dos rivais da 2ª circular e esteja, ainda, em todas as frentes ao contrário dos encarnados.

06/11/07

O chefe da luta.


Há coisas que todos gostávamos de saber, há dúvidas que preferíamos não ter. A única forma ao meu alcance para ultrapassar aquelas duas interrogações, é procurar conhecimento, é questionar quem pode responder, é aprender, aprender sempre.

Há blogues que são assinados por pessoas que dizem tanta coisa, mas tanta coisa que, a meu ver, podiam ajudar muito dando respostas a quem sabe menos. Como é o caso do VALE A PENA LUTAR, pertença do Sr. Pedro Namora. Não entendo porque é que o Sr. Dr. que parece uma máquina falante, que mistura constantemente política com pedofilia, que ataca a torto e a direito quem lhe apetece; exclue todos os meus comentários do seu blogue. Acreditem que eu só faço perguntas e faço-o sempre com educação e respeito. Não tenho qualquer certeza para além de que há, seguramente, muitas crianças abusadas e gostava de me colocar na luta sem dúvidas nem alterações de consciência. Mas ele não deixa! A qualquer dúvida que aparece nos jornais ou noutros meios de comunicação o Sr. chama todos os nomes que lhe apetece a quem ousa duvidar. Não entendo, não entendo e começo a achar tal qual achava o ex-colega e amigo dele Adelino Granja, que este Sr. se transformou no pior inimigo das crianças da Casa Pia e por consequência de todos os abusados. Mas é claro que eu, tal qual todos os outros, sou também pedófilo, biltre, bandido e essas coisas. E mais, também já sei que se for provado que aqui há muito esquema encomendado é porque o polvo que hoje manda no país a tal o obrigou.

Tenho pena que certas lutas cá na terra se resumam a: ou se aceita o que o chefe da luta diz sem pestanejar nem questionar ou se é um bandido como os outros. Nem o Zé Staline faria melhor.