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23/02/11

Contradição da vida: os ricos e os outros.


Os pobres

apanham tanta coisa do chão
que apanham os ricos que lá estão
caídos.

Coitados
empenham-se a endireitar
quem, no futuro, os vai pisar
de novo.

Má sina
nascer, assim, com o destino inclinado
sujeito à opressão de um nariz muito empinado,
sem escolha.

Ontem
um rico deu a mão a um pobre que encontrou
e no dia seguinte a sua riqueza aumentou
muito.

Hoje
dar ajuda é um negócio sempre a subir
que beneficia quem tem posses para investir:
-Os ricos.

Os pobres
infelizmente são de uma tal utilidade
que não haveria ricos na humanidade
sem eles!

30/07/09

No future (de novo?)

Ontem disseram
que o futuro era hoje
que se estudasse
tinha o mundo
aos meus pés

Formei-me cedo
mas o mundo do trabalho
não tinha vagas
para me receber
estou lixado

Não tinha nada
estava tudo hipotecado
esta puta de vida
não nos deixa progredir
não há futuro.

Onde é que está o meu futuro, onde é que está?
Onde é que está o teu futuro, onde é que está?

Corrupção, roubas o futuro
Educação, não dás futuro
Governação, não tens futuro
Justiça, estás sem futuro

Onde é que está o meu futuro, onde é que está?
Onde é que está o teu futuro, onde é que está?

Nunca nos calarão.

Temos direito à revolta
a lutar por solução
quando vimos o destino
a fugir da nossa mão
falado, escrito ou cantado
sempre nos ouvirão

Oiçam todos, atenção
temos muito que dizer
se nos puseram na vida
temos de poder viver
e na luta pela vida
nunca nos calarão.

Nunca nos calarão!!

Que nos ponham umas algemas
que nos açaimem a boca
que nos distorçam os membros
dentro de um colete de forças
na luta pela liberdade
nunca nos calarão!

11/03/08

Colagem



Sem auxílios,
nem louvores,
sem orgasmos,
nem favores,
sem algemas.
e de amores, estou cansado
manda vir, ajuda.

Gosto de ti
por aquilo que não mostras
luto por ti
mas nem tudo são vitórias.

Deixa-te estar, pode ser que eu desista
e se ficar assim,
o que vai ser de ti?
o que vai ser de mim?

O que vai ser de ti,
o que vai ser de mim?

22/02/08

Tempestade.



Há tempestade, o fogo arde
arde a esperança de haver bonança,
esperança vã, que desdizemos
Tróia-cavalo que inventamos.

Na tempestade em águas sujas
mar encrespado, sonho parado
mas a nau avança com esperança
na tempestade de liberdade.

Eu, o TIR.

Hoje quando me deixaste aqui
mais uma vez refém de mim próprio,
pensei que podíamos acabar.

Acabar com essa forma dependente
de depender de ti, para ter sorte
para viver, é o que dizem.

Hoje não te vou agradecer
por mais um ano, porra, isto foi ano?
Mas ainda assim não quero que me deixes.
Não vás agora, pode ser?
Talvez amanhã mude ideias, e acredite.

Espera lá, nem sei se existes,
se podes perder tempo com alguém,
se tens tempo.

Se calhar és como eu, que quero tempo
para descarregar esta carga
de amor.

Pesada, de tantos anos a acartar
amor, sem tempo para despejos
completos.

01/02/08

Eu = Nada.


Não,
não venhas agora
eu não tenho nada.

Estou oco, liso, despejado
não tenho genes
nem força, nem dicas
nem alma, quase

sem nada, sem nada?
sem alma?

E o mundo analisa
factura, capitaliza
e eu sem ter?
nada?

nada? quase zero?
sem nada?

Rio-me, subtraio
de mim, a alma?
Não,não, o quê?
Nada!

o nada é tudo,
às vezes...

Vais repetir?
dizer que tens?
Tudo? Eu?
Nada...

13/12/07

Não há.












É estranho, não reparo, nem vejo.
É como se não houvesse, não fosse
um algo já inventado, um facto.

Uma alucinação, ainda?
Uma paranóia, uma utopia,
sonho fora de horas, de tempo.

Nada disso. É simples.
É apenas um défice, uma ruptura,
um artigo que falta, um não há.

Ou espero pela reposição,
ou continuo procurando,
ou construo um, de forma artesanal, mas um.

26/01/06

Adiante.

Não faz sentido a tua voz
nem a tua boca.
A tua língua, o teu odor
não faz sentido.

Não faz sentido o meu desejo
nem o teu.
O teu namoro, a tesão
não faz sentido.

Somos de armas diferentes
e temos armas diferentes,
e estilos, e até sentires.
E não nos movemos da mesma forma,
nem no mesmo sentido.

Temos tão nada em comum
e estamos tão longe,
que não temos direito
a ter desejos,
um pelo outro.

Vamos, assim, andando.

01/12/05

À toa(à tona da vida.).

Das janelas chegam sons
de almas satisfeitas
como a lembrar-me
que a vida é plural.
E há luzes e brilhos
e harmonias coloridas
e outras não tanto
embora sendo.
E até as músicas
me parecem destinadas
por alguém que nada sabe
de mim, é evidente.
Eu apanho do ar tudo
e consumo sem cessar
até o que desconheço
e não sei usar.
Sinto-me gente porque
me desvio de quem passa
e quem me olha
nem foge, nem se assusta.
Afinal há vida
para além do degredo
e dos sonhos negros
e da morte em vida.
Parece-me que estou feliz,
verbalizo e às vezes canto
só para mim, mas faço-o
e acho estranho.
Devia estar eufórico
mas não acredito nisso
por isso estou mas não entro
assim não me perco.
Não estou doente
apenas perdi a fé
contudo, quero estar
e ver sorrisos.

O que vai ser de mim
quando a noite acabar?

27/11/05

Quero-te e pronto! (reposição)

Não é a tua carne que eu desejo
é o teu ser
mas o teu ser, o que existe, não é carne
e o desejo é carnal não é?
É dos sentidos, não é?
O desejo, ele próprio, é um sentido.
Então não é a razão que te deseja,
é o desejo.
Mas isso não é normal,
Porque o desejo quer carne
e a razão quer razão,
e eu desejo-te sem corpo.

Que confusão!

Pensei melhor,
vamos deixar tudo como está.

Quero-te e pronto!

05/11/05

Éter?

à sombra do hip-hop, descansado
fingindo, só pode, acusado
de tudo, de qualquer coisa
há sempre culpas no cartório.

saiu-me um trevo, da sorte
dá sorte, dá? acredita-se!?
embalsama-se sim, isso sim
disfarça-se, põe-se laços.

Não fui eu que fiz o mundo
E mesmo que fosse, não diria

Até porque eu não faço nada
Navego nas ondas que a vida faz.

23/10/05

A não ser,

A noite caiu, com enorme estardalhaço
a lua mostrou a cara
apagou-se o meu cigarro
e estamos os dois errados.

Dei um salto sem balanço

Perdi a noção do espaço.

07/03/05

?

Quê u é erre i dê à vê ó ele tê à – querida volta,
Eme u dê é i u esse i ene tê é erre i ô erre é esse – mudei os interiores.

Com estes novos, tudo é diferente, que mudança
Cores sempre vivas, com muita luz e lindo e fofo e tudo
E o brilho doirado e a áurea mesmo que torta, e
Eu e tu e eles. Nós.


E o som, o som dos outros, que eu não faço mais barulho
À noite, nas horas a seguir, no escuro onde nos clarificamos,
Como se por ser escuro a nossa claridade fosse mais evidente,
Aquele som incomoda tanto, tira o sono, atormenta


Talvez não se possa eliminar todos os sons
Talvez se tenha de gritar por cima
Talvez eu grite ou falhe todos os gritos
Talvez hajam inundações
Talvez nada se mude
Talvez sim ou talvez não

Mas, ainda hoje é 2ª feira.

06/03/05

Amar já era.

Mas amar é ser comunista?
-Não!
É ser dono?
-Não!
É ter?
-É!
O quê?
Qualquer coisa.
Amar é ser altruísta?
-Não pode ser!
(Ou és ou não és.
Com ou sem amores.)

Amar já era. Foi.
A dias. Instantes.
Todos!

05/03/05

O amor morreu

Morreu,
assim de repente.
Sem razão aparente
nem aviso. Nem sinais
nem nada.

Foi-se como veio
destruindo tudo o que encontrou pelo caminho
espalhando o caos e a dor.
Morreu o amor.

Mas não me deixou.
Está aqui ainda vivo e quente
dolorosamente presente.
Sem paixão.
Com tudo.

09/02/05

Escorre.

A vida escorre assim
a cada suspiro.
Escorre.
Eu não vou com ela
mas se ela
morre?
Ou se a corda parte
e se eu souber?
E nada.
E mesmo que amando
eu souber,
e nada?

E se a vida não corre?

Escorre.

A cada suspiro.

E não morre.

20/12/04

Eu também.

A meta, como plano quinquenal, não é humano.
A libelinha voa, eu também.
Não há matemática nos sentires.
O mocho observa, eu também.
Ninguém sabe o tempo que vai querer estar com.
O pai natal é apolítico, eu também.
Não é legítimo saber hoje o que se quer amanhã.
O hipopótamo toma banho, eu também.
Nunca se recusa tanto só porque se ambicionou pouco.
O caracol tem corninhos, eu também.
Quanto mais se sente os outros menos nos sentimos a nós.
A borboleta é colorida, eu também.

14/12/04

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára.

Em quanto tempo eu acelero o pé depressa?
Eu me recuso faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara.

Enquanto todo o mundo espera por algo mau
E a loucura finge que isso é normal
Eu finjo ter paciência.

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência.

Será que é tempo que me falta para perceber?
Será que temos esse tempo para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara, tão rara.

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não.

(Tema: Paciência - Intérprete: Lenine - CD: Na Pressão)

29/11/04

O atraso

Começadas as horas de aflição
Em labirintos de caos e dor
Chegas, ergues a Tua santa mão
E abençoas o fim de um pecador.

E como se fizesses um favor
A quem nada espera desta vida
Rodeias de esperança e amor
A alma que já está perdida.

E agora que o prazo terminou
o triste conhece a felicidade
que durante toda a vida procurou.

Oh! Deus não será uma maldade
que quando já tudo se esgotou
se comece a sentir nova vontade?