31/08/04

Encontros I

-Oi Luis, vais onde?
-Olha encontrei aqui no bolso um bocado de papel higiénico e vou ao WC gastá-lo.
-Hummm

(Pub.) PROCURAM-SE:

Músicos das mais diferentes áreas: voz feminina, acordeonista, guitarra, baixo, bateria, DJ, percurssionista, ou outros.
Objectivo: Reconstituição de banda com vários discos no mercado.
Responder aqui ou para Lepediscos@netcabo.pt

Acabei de chegar e...

Acabei de chegar de férias e ainda estou a apanhar do ar o que se tem passado neste país que, infelizmente, já não surpreende.
Contudo, a trapalhada criada à volta do Barco chamado do Aborto é escandalosa. A forma como os que nos governam transformou uma coisa que para eles não passava de publicidade num acto de quase guerra, é vergonhoso para todos nós. Ainda por cima num país em que qualquer aranhiço exerce medicina sem nunca ter ido à escola, em que as máfias se passeiam pelo país, em que Donas Brancas e outros aldrabões proliferam.
Será que o problema do tal barco é ser barco e o candidato a Ditador ter de arranjar créditos como ministro do mar? Não entendo isto.
E já agora, tendo isto sido transformado num assunto de estado o Chefe do mesmo não deveria ter já dito alguma coisa?

24/08/04

Pobre Benfica

Este futuro ex-treinador do Benfica (como lhe chama o Caracol da minha alma) é uma grande besta! Vamos ver como serão as primeiras páginas dos jornais desportivos amanhã.

COMENTADORES

Dizia Descartes sobre os falsos filósofos:

“A obscuridade das distinções e dos princípios de que se servem é a causa de poderem falar de todas as coisas como se as soubessem e de sustentarem o que dizem contra os mais capazes e os mais subtis, sem que se tenha meios para os convencer. Por isso, tornam-se comparáveis a um cego que, para lutar sem desvantagens contra alguém que não é cego, levasse o adversário para o fundo de um subterrâneo muito escuro.”

Esta transcrição define a maioria dos comentadores de hoje, eles falam de tudo como se dominassem todas as matérias mas na maioria dos casos percebe-se melhor o que eles querem dizer do que o que dizem. Há dias assisti aos comentários do professor Marcelo e fiquei abismado. Ele falou da política do Governo, das eleições do PS, de futebol, de atletismo, dos casos de polícia e imagine-se, do Zé Maria. Custou-me ver o Prof. a falar daquilo até porque ele não sabia bem do que estava a falar, mas custou-me ainda mais ouvir depois cidadãos comuns a repetir o que tinham ouvido e quando alguém lhes perguntava porque diziam isso eles respondiam: -Sei lá foi o Prof. Marcelo que disse.
Os “Spin Doctors” portugueses trabalham a recibo verde e fazem questão em parecer sérios, independentes, verdadeiros, cultos e essas tretas.

Falei no Prof. mas o top destes espertinhos chama-se Nuno Rogeiro, é completamente absurdo como ele comenta tudo e como nega todas as evidências. Confesso que já tenho saudades de quando o homem levava os papelinhos na mão e passava o tempo a mostrar o cocuruto na TV, porque aí as coisas que dizia, mesmo que fossem fora do assunto, tinham lógica. Já o viram responder realmente a uma pergunta?
Um dia fomos, eu e a banda, convidados para um programa na RTP1 apresentado por Fernanda Serrano que se chamava “Noite dos Reis”. Os reis eram os Xutos & Pontapés e a ideia era eles tocarem, nós tocarmos e pelo meio haver um debate sobre a Chispalhada (os Xutos) que teria um convidado surpresa. Estavam os Xutos sentados na mesinha, estava eu também e de repente com pompa e circunstancia entra o convidado e quem era ele? – Pois era o Nuno Rogeiro ele próprio! Avisou antecipadamente que tinha de ir apanhar o avião e começou a falar: -Porque o rock assim, o rock assado, o álcool e as drogas, os jovens perdidos etc.…etc.… Às tantas pergunta-lhe a apresentadora, que deve ter sido alertada pela produção: -Mas olhe lá oh Nuno e tem acompanhado o percurso dos Xutos & Pontapés?
-Nem por isso, não é o meu estilo de música. Respondeu.
-Mas deve ter algum tema preferido…
-Eu acho que só conheço um que fala dos barcos e do capitão. Respondeu o comentador.
Claro que a mesa ficou embasbacada e ainda hoje pergunto o que foi ele lá fazer, percebem-me não é assim?

12/08/04

Mais uma visitinha rápida. A Cabana do Pescador e a Praia da Sereia mantém-se serenas numa altura em que a chuva decidiu ir à praia, como resultado apinham-se os bares. Fora do grupo ouve-se repetidamente falar em Souto Moura, Ferro Rodrigues, Presidente da República e Polícia Judiciária. Finjo que não me interessa nada, mas cheira-me que o caminho para a legalização da ilegalidade está a avançar em grande ritmo. O ecletismo deste Agosto faz-me pensar o que sobrará para depois.

Hoje tenho uns miúdos em pré-produção no estúdio, antes disso vou ver a estreia de Portugal nas Olimpíadas e depois regresso aos caranguejos por mais uns dias. Até já!

09/08/04

A preto e branco

Neste fim de semana andei a tentar ver o mundo a preto e branco.
Como Cartier-Bresson o viu, escondido atrás da sua Leica.
Tal como ele, reparei que o mundo é feito de instantes que nunca mais se repetem. Eram as gotas de água aspergidas por cima dos campos de milho, o gato que se enroscava preguiçoso em cima do muro aquecido pelo sol, o melro que bicava furiosamente a terra, o rasto de nuvens que se perdia no horizonte...eram estes, e tantos outros, os momentos que gostava de ter guardado.
São únicos, são irrepetíveis, são o tal "instante decisivo". Não são, certamente, de interesse público, como outros que a câmara do mestre do fotojornalismo captou. Mas todos eles fizeram parte de um dia especial, em que andei à procura de um mundo a preto e branco, num planeta que vibra em milhões de tonalidades.
Preto e branco, porque foi a minha forma de homenagear Bresson.
Milhões de tonalidades porque quis e quero colorir todos os instantes decisivos da minha vida.

05/08/04

Olá

Estar em férias nos locais onde temos poiso ao longo de todo o ano é sempre engraçado. As pessoas são sempre as mesmas, já se conhecem as manhas e as manias de cada uma e é interessante assistir a algumas mudanças que vão acontecendo, seja para melhor ou pior.

Este ano houve 2 divórcios, separações (muitas), algumas reconciliações e, finalmente, o conceito de fidelidade desapareceu de vez e é assumido públicamente. É bonito e dá muito jeito, evita que nos sintamos desconfortáveis quando já sabemos o que o último a saber ainda não sabe.

Por lá fala-se pouco de política. Quando alguém se lembra de atirar com: "-Sabem que o Barroso fez 38 nomeações.....", há logo outro que diz: "-Olha vamos beber um copo a casa do...". Fala-se muito de futebol, é verdade, mas quando começa alguma discussão mais acesa, há sempre um que diz: "- Olhem, vamos comer uns caranguejos e beber uns púcaros". E assim se gerem as coisas e se arredondam as barrigas.

Cheguei cá e li o excelente post que a Refilona aqui botou, vamos ter um Boomerang muito mais rico e eu vou estar mais animadinho nas férias. Vocês vão ter a possibilidade de ler a qualidade da escrita desta beleza do Norte. Estamos todos com sorte!


03/08/04

Só neste país...

Só neste país.
Berço da saudade e do fado, pai do bacalhau com todos, mãe de uma inacreditável tendência para o "calimerismo".

Foi só neste país que eu vi uma revolução feita de cravos e canções.


Mas também foi só neste país que eu vi dois carros pararem em plena auto-estrada para ver o fogo que assolava um monte, do lado de lá do separador central.
Com direito a banquinho de praia para descansar, enquanto se petiscava o farnel.
E foi só neste país que dois canais de televisão exploraram, até à exaustão, as lágrimas dos que tudo perderam com as chamas, enquanto um apenas - e será que teve direito às almejadas taxas de audiência ?! - se preocupava com saber o porquê de tanta labareda e tão pouca força para a combater.
Só neste país. Que, por acaso, é o meu.




02/08/04

ATÉ JÁ...

Está na hora de ir para mais umas fériazinhas. Este fim de semana já a miudagem andou num rodopio para tentar transportar tudo o que têm em casa para o local de férias, uma espécie de "esconde esconde" onde eu faço de polícia com autorização de revistar.

Desta vez vou para mais perto e virei cá todas as semanas, o dever assim o obriga. Nessas alturas trarei notícias para o blog.

Espero que ao passarem por aqui deixem alguns comentários, sobre o que vos apetecer, para eu ter que fazer quando cá vier.

Agora tenho de voltar para a lida, para poder ir embora hoje.

Abrações apertados!

Beijos grandes!