03/08/04

Só neste país...

Só neste país.
Berço da saudade e do fado, pai do bacalhau com todos, mãe de uma inacreditável tendência para o "calimerismo".

Foi só neste país que eu vi uma revolução feita de cravos e canções.


Mas também foi só neste país que eu vi dois carros pararem em plena auto-estrada para ver o fogo que assolava um monte, do lado de lá do separador central.
Com direito a banquinho de praia para descansar, enquanto se petiscava o farnel.
E foi só neste país que dois canais de televisão exploraram, até à exaustão, as lágrimas dos que tudo perderam com as chamas, enquanto um apenas - e será que teve direito às almejadas taxas de audiência ?! - se preocupava com saber o porquê de tanta labareda e tão pouca força para a combater.
Só neste país. Que, por acaso, é o meu.




2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, tens toda a razão, é um país de contrastes este nosso! Capaz do melhor e do pior!
Como muito bem descreveste.
Sabes que me questiono diariamente como conseguimos nós, seres humanos, ser tão insensíveis à tragédia humana? Só assim se pode justificar que sejamos capazes de tamanhas atitudes!
Beijinhos,
Vulcão

Anónimo disse...

Mas há piores...os ditos desenvolvidos, tão perto de nós, que basta uma onda de calor, para os fazer cair ás centenas. Como folhas secas, esquecidos, condenados á solidão há espera que a morte acorde...
Nós por cá ainda vamos cuidadando dos nossos!