Ele atendeu o telefone e ficou estranho. Não era a primeira vez que acontecia e ela perguntou quem era e o homem atrapalhado tentou dar explicações. Contudo, a cada coisa que acrescentava aparecia alguma outra contraditória. Ela não estava a gostar, de repente sentiu um medo que desconhecia e que lhe gelava a alma. Continuou a questionar e o homem acabou por confessar que se tratava de um romance que tinha tido no outro casamento, que já lhe tinha dito que esta relação era diferente. Disse ainda que ela já lhe tinha deixado de ligar e que não percebia porque ligou agora.
A mulher com aquele ar forte, embora as lágrimas já rolassem, perguntou: -Mas tu acabaste com ela não foi?
-Sim acabei, disse-lhe que amava outra pessoa que estava a investir tudo nessa relação e me sentia feliz. A mulher aí sentiu uma brisa de ar quente, mas mesmo assim continuou: -Mas se mesmo assim ela continua a ligar é porque ou não percebeu ou tu não lhes explicaste bem, ou explicaste?
-Disse-lhe o que te disse à pouco. Que mais podia fazer? - respondeu ele.
A mulher com o peito a tremer não conseguia articular palavra. Desapareceu por instantes, voltando depois com a cara vermelha e molhada e da ombreira da porta disparou: -Vais arranjar depressinha uma solução para isso não vais?
E ele respondeu: -Querida já arranjei, vou trocar de telemóvel e assim acabaram-se as chamadas.
Ela pegou a mala, apagou a luz sem se virar e fechou a porta da rua.
04/12/05
Cenas da vida ainda conjugal (o casal)
Publicada por Zé Leonel à(s) 12/04/2005 09:36:00 da manhã
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4 comentários:
São todos um e só filho da puta.
Bjos doces
Inês
Já estás a levar nas orelhas...
Leonel (the one and only)
Nunca te pensei a fazer uma coisa dessas. Já não és o Leo que eu conheci. Não pareces tu.
G***
E era mesmo eu a meter-me nestes assados, vocês passaram-se ou esqueceram-me.
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