02/09/08

É preciso lutar!

É aborrecida a vida que se esquece em 2 semanas e não existe ao fim de 4, mas regressa rapidamente em 2 dias. O meu país já não é e eu devo ser dos últimos resistentes. Passámos anos a apaziguar as tensões uns dos outros e agora tudo isto parece imutável. Mas não é, é preciso que se saiba. Mas tem de haver mutação a ideia já não pode ser resistir, tem de ser lutar. É urgente mudar.

O Estado da Nação: já ninguém acredita em ninguém nem em coisa nenhuma. Diz-se que a justiça protege os criminosos e os juízos aceitam mas culpam as leis.
A corrupção não tem limites e corruptos e corruptores acham-se iguais aos que dirigem a Nação.
Quem devia produzir não faz nenhum e mesmo assim acham-se mal pagos e protestam e fazem greves e, mantêm os postos de trabalho.
O desemprego aumenta constantemente mas não há loja que não tenha na montra o dístico: empregado/a precisa-se. Somos todos doutores de repente?
O país está na miséria. Está? Então onde estavam os miseráveis em Agosto? E como há tantos carros de alta cilindrada para alimentar o carjacking?

Férias: Fui para a Galiza pelo 18º ano consecutivo, tenho visto aquele povo a lutar ano após ano por melhores condições de vida, pela adaptação às exigências da nova Comunidade e pela manutenção das suas raízes e da sua identidade. Surpresa: - eles conseguiram!
Os galegos cagaram-se para as guerras políticas e não escolhem o partido escolhem os melhores e mais capazes, aceitaram a moleza dos mais idosos e deram-lhes colocações profissionais onde possam ser úteis e não se sintam inferiorizados. Apostaram na terra e orgulham-se disso a cada momento. E são felizes, estupidamente felizes.

Os nossos miúdos adoram a Galiza, mas já a estranham. Lá não têm tempo para birras: morde-lhes um bicho e logo aparecem "n" voluntários com uma cura para a dentada, zangam-se com o companheiro de brincadeiras e logo aparecem "n" negociadores a resolver a situação. Os miúdos queixam-se que os galegos andam todos a correr porque no hipermercado se há algo que não foi pesado ou se lhe falta o código de barras, eles saem da caixa a correr e vão fazer o trabalhinho. Não têm telefone? -pergunta a Helena. Têm mas assim é mais depressa, eles trabalham. Eles trabalham muito e são estupidamente felizes. É preciso lutar!

3 comentários:

Hélder disse...

E o que chamar à carga fiscal exagerada que recai sobre os contribuintes que não podem/querem fugir aos impostos, e que, na prática, serve para encher a vida de prazeres e privilégios aos que nos desgovernam...há tantos anos? Afinal, mesmo assim, poucos são os que se recusam a dar ao pinote lá para fora. Não será isto, a nossa resistência, também uma forma de luta?

E quanto às férias, parece-me que os miseráveis, e muitos remediados até, optaram por fazer férias em suas casas, em casas de família, ou nos parques de campismo (e mesmo assim não na totalidade do tempo)...pelo menos foi o que vi numa reportagem na tv...

Os carros de alta cilindrada, bom muitos acabam por voltar às mãos das locadoras ou dos bancos...não há dinheiro, não há palhaço.

Depois, a contestação, as greves, muitas são puro oportunismo, outras têm um fundo de verdade, de revolta contra a injustiça. Sempre assim foi. Realmente revolta o desprezo que o patronato vai dando aos tópicos de justiça social...e muitas vezes de boa gestão de recursos!

Desemprego? Cada vez há mais licenciados no desemprego (o que é estranho num país do "1º mundo"), pelo que essas pessoas tentam encontrar uma saída profissional mais adequada ao seu perfil (formação e experiência), recusando ofertas para estar num balcão a servir cafés. Só em casos de extrema necessidade (leia-se quando o subsidio acaba) é que recorrem a estes lugares. É o mal de quem não tem padrinhos. Valha-lhes ao menos esse direito ao compasso de espera (leia-se, novamente, subsidio).

Que o país está longe da prosperidade, isso é um facto. Que há quem se aproveite, tanto de um lado como do outro da barricada, também é verdade. Mas nós já lutamos tanto para nos defendermos (do poder abusador das nossas instituições e governantes), que acho que está a chegar a hora de eles porem a mão na consciência e cumprirem com a missão que o povo lhes deu: governar bem. É que até são os miseráveis que lhes põem o caviar na mesa.

Abraços e desculpa lá esta seca.
Vê se dás notícias ;-)

Anónimo disse...

Ora, nada que um europeu de futebol não cure...

Al Kantara disse...

Bolas, vocês vêm de férias com mau feitio !...