18:30 horas e a reunião com os encarregados de educação não parecia estar prestes a começar. Um dos pais perguntou se faltava muito e o professor respondeu que "estava à espera que as pessoas acalmassem um bocadinho". Uma mãe sentada com dois filhos irrequietos de 2 e 6 anos sentiu-se atingida e mandou os miudos para fora da sala, pedindo à mais velha que tomasse conta do irmão. Vinte minutos depois a reunião começou. Ainda estava o professor nos habituais preliminares quando se ouviu um forte choro de criança vindo do exterior, de seguida a menina de 6 anos aparece à porta chorosa a dizer que o irmão caiu batendo com a cabeça num vaso de flores. A mãe saiu a correr e alguns de nós fomos atrás dela. A criança estava ainda caída no chão chorando desalmadamente dando origem a uma histeria descontrolada por parte da mãe. A menina de 6 anos tentou explicar à mãe como tudo sucedeu o que lhe valeu uma tareia que só parou porque um outro irmão, até aqui ausente, se foi meter para proteger a irmã. Este rapaz de 14/16 anos e que era o motivo da mãe estar na reunião de pais, também não escapou desta vez com murros e arremesso dos objectos que estavam à mão. Alguém se lembrou de oferecer ajuda para levar o bebé ao posto médico, mas a senhora, ainda a gritar, não aceitou gritando com o filho mais velho para que ligasse ao pai. Já estava tudo fora da sala a discorrer sobre o ocorrido, quando chega um homem de t shirt de alças (estava um frio do caraças) que desatou, mal chegou, aos berros com a mãe das crianças. A mãe com a criança ao colo, continuava a gritar com aquela voz esganiçada e estridente de quem não quer ouvir coisa nenhuma. -Ando eu a vergar a mola para tu nem dos putos seres capaz de tomar conta. - gritou o homem ao mesmo tempo que dava um valente empurrão na mulher atirando-a contra o Honda Civic.
Depois foram embora a alta velocidade, deixando-nos a todos a discutir aquele exemplo familiar.
10/10/08
Uma reunião de pais.
Publicada por Zé Leonel à(s) 10/10/2008 09:21:00 da manhã
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3 comentários:
E que filhos podem exigir? Se os pais não sabem dar o exemplo que se pode esperar das crianças??
Triste... muito triste! :(((
Fellini puro e duro...
Caro Zé Leonel: No meu tempo de estudante, que foi desde os 6 anos até aos 18, nunca houve uma reunião de pais. Não me lembro dos pais necessitarem de ser chamados à escola.
Lá andávamos a estudar. Havia os que não estudavam e o que acontecia? Hum, Hum? Reprovavam, claro.
Hoje é uma balbúrdia com tudo metido ao barulho.
Alunos com 6 negativas passam de ano... Algo vai mal no país do "Magalhães". Ou be, conforme o ponto de vista.
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