Exerceu desde Vila Real até Lisboa durante 16 anos. Fez mestrado, muitas acções de formação, dirigiu estágios e gosta de ser professora. Já há algum tempo que se queixava do abismo existente entre os professores dedicados e os acomodados. Ao longo dos anos conviveu, enquanto directora de turmas, com pais queixosos a quem, intimamente, reconhecia razões. Nunca lhe conheci opções partidárias mas sempre lhe conheci uma enorme capacidade interventiva, embora sensata, quiçá fruto dos anos passados em França e no Canadá. Contudo nunca foi adepta de greves alegando que os "seus meninos" não têm culpa. Gosta de mostrar a sua admiração pelos colegas que se distinguem, mas não desdenha a possibilidade de criticar quem não cumpre com os seus deveres.
Quando este governo tomou posse e a Maria de Lurdes Rodrigues começou a apresentar as suas ideias, houve coisas que discordou e outras que disse: -É isto mesmo! Achou mesmo que a avaliação era fundamental, mesmo que o modelo lhe parecesse confuso. Com o decorrer dos tempos começou a encontrar grandes incongruências entre o que ouvia na escola e o que lia e ouvia na comunicação social. Começou a colocar questões aos colegas e passou a ser olhada de lado. Quando lhe entregaram mais uma petição para assinar, esta para suspenção da avaliação, foi ancostada à parede: - Estás a ler isso para quê? Só tens que assinar e mais nada, mesmo que não concordes assinas por solidariedade.
-Não assino cheques em branco, respondeu.
Traçou os seus objectivos pessoais desde logo mas, na escola, ninguém os aceita. Nos corredores dizem: -Lá vai a nova Maria de Lurdes Rodrigues. Tem mais colegas que partilham a mesma opinião mas obrigam-se a conversar clandestinamente para não sofrerem represálias, sendo que a maioria tem medo de dizer o que pensa. Represálias, aliás, já prometidas a quem tiver a ousadia de furar a próxima greve.
Ontem ouvi-a dizer pela primeira vez: -Tenho de repensar a minha opção profissional.
Volta MRPP, estás mais do que perdoado.
-Não assino cheques em branco, respondeu.
Traçou os seus objectivos pessoais desde logo mas, na escola, ninguém os aceita. Nos corredores dizem: -Lá vai a nova Maria de Lurdes Rodrigues. Tem mais colegas que partilham a mesma opinião mas obrigam-se a conversar clandestinamente para não sofrerem represálias, sendo que a maioria tem medo de dizer o que pensa. Represálias, aliás, já prometidas a quem tiver a ousadia de furar a próxima greve.
Ontem ouvi-a dizer pela primeira vez: -Tenho de repensar a minha opção profissional.
Volta MRPP, estás mais do que perdoado.
3 comentários:
Essa tal maioria que tem medo será a maioria silenciosa? Como a do Spínola?
Parece que a maioria, maioria mesmo, não está com este modelo de avaliação. Está mais que provado. Ou ainda são necessárias mais provas? Duas manifestações onde esteve mais de 80% de uma classe profissional? E olha que eu nem sequer fui à de 8 de Novembro, senão eram 120.001 professores.
Acho é piada ao nome encarregado de educação: se são encarregados de dar educação que eduquem os putos em casa.Os professores estão para ensinar. É só disto que eu me queixo. Isto não é para ti, mas há muitos paizinhos que não educam os filhos. Depois, eles não aprendem e a culpa é dos professores.
Não sabes mesmo do que falas com este post, estás a anos-luz de qualquer centelha de discernimento!
É muito triste quando se fala e opina sem perceber o assunto, lançam-se umas postas de pescada e voilá!
Abstem-te e dedica-te ao que sabes... Já fazias um grande serviço à sociedade.
A tal professora, e o seu narrador, tal como os patéticos maoístas que confundiam as acções da padralhada com actos contra o social-fascismo, é patética.
A fura-greves só se pode responder de uma maneira: partir-lhes o focinho.
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