Também eu sinto dentro de mim
a mesma tempestade de há umas décadas atrás
com menos incenso e menos flores
sem Doors nem Samba pa ti nem Zappa
nem boi nem seruma nem liamba
e Crosby, Stills, Nash & Young e Simão & Garfinhos
sem Noam Chomsky, nem Marx, nem os Subterrâneos da Liberdade.
Agora tenho o “sugar” dos Archies e tenho os Wallace Collection
e muitos Abbas e Bee Gees e Monkeys
agora tenho tudo aquilo que na minha juventude abominava
resta-me o Neil Young.
Agora tenho muitos padres, mas não tenho o padre Fanhais
tenho muitos trovadores mas não tenho os Trovante
nem o GAC nem os Pop 5 Music Incorporated.
Mas tenho a mesma tempestade dentro de mim
e nunca me calarei.
Que me ponham umas algemas
Que me açaimem a boca
Que me distorçam os membros
dentro de um colete de forças
Nunca me calarão!
Por mímica, escrito ou falado
Os trovões da minha tempestade
Sempre se ouvirão
Mesmo que o país se renda
Ou volte a revolução.
13/07/04
Lutar sempre
Publicada por Zé Leonel à(s) 7/13/2004 02:12:00 da tarde
Etiquetas: Poesias
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