Pacheco Pereira escreve hoje no Público aquilo a que nos referimos aqui na semana passada, o caso Joana e a forma como ele é noticiado. Era importante para todos nós, para os nossos filhos, para a nossa cultura, percebermos de vez o que é a notícia. Neste caso é fácil, notícia foi o desaparecimento da Joana e notícia seria o seu aparecimento e a descoberta dos culpados. Notícia não é, ficar a saber se a vizinha da frente acha que a D.Leonor era boa mãe ou não, nem se a 1ª professora da menina sabia da sua pobreza, nem se o padrasto é ou não piegas, ou se a sogra está ou não incrédula. Isso é novela, é ficção, não tem qualquer interessa nem nada assegura a sua veracidade. De uma forma leve eu diria que o ou os autores deste crime tinham de receber os respectivos "direitos de autor" pela exposição da novela tal qual é feita, e já estavam ricos. Mas eu não posso olhar para isto com leveza, porque vou buscar a minha Ana Miguel ao infantário e vejo-a com as colegas da sala dos 4 anos a discutirem a Joana, uma diz que foi a mãe que a matou, a outra diz que a mãe não faz isso, outra diz que foi um velho que a levou, outra diz que fugiu...Os pais que se lixem, quem escreve a novela preparou os filhos antecipadamente para o que ia escrever quem a vai ver ou ler está a ser agredido e não tem defesa.
Não foi o caso Joana que pôs o país de luto, foi a comunicação social.
30/09/04
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Publicada por Zé Leonel à(s) 9/30/2004 10:50:00 da manhã
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