29/01/09

Está na hora do adeus e vou-me embora!

Há 4 anos atrás dizia eu por aqui, que a habilidade de quem se lembrou de levantar suspeitas sobre José Sócrates em altura de eleições, ia ajudar o PS na conquista da maioria absoluta. Pode nem ter tido nada a ver mas a verdade é que os "rosinhas" chegaram lá.
Agora, mais do que em 2004, julgo que vamos assistir a uma sequela do mesmo filme.

A forma como se exerce, hoje, a democracia apresenta-se penosa para quem é eleito. Isto é: em nome dos ideais democráticos um cidadão pode vencer folgadamente umas eleições e ser trucidado, julgado, acusado, posto em causa; por qualquer campanha, orquestrada ou não, contra si. É claro que é expectável que toda a oposição faça guerra a um governo, quase que é essa a sua função. O problema está nas armas utilizadas para fazer essa guerra. Porque a democracia já disponibiliza um arsenal: greve, manifestações, abaixo-assinados, liberdades de imprensa, etc...
Tretas como o caso Freeport, a forma como são usadas e o seu aproveitamento são, francamente, golpes muito sujos. É urgente exterminar este tipo de armas antes que elas exterminem a democracia, que tão valentemente defendemos.

O primeiro-ministro é um tipo esperto e deve gostar daquilo que se farta, eu no lugar dele e no de tantos outros ministros já tinha dado à sola há muito tempo. Mas eu nunca andaria por ali, agora, ele, que gosta, é muito capaz de usar a sua esperteza para tirar dividendos disto tudo. É capaz de fazer beicinho, dizer que não tem condições para continuar e obrigar o Sr. Cavaco a antecipar as eleições.
As sondagens ajudam, a vitimização cai sempre bem entre os portugueses e traduz-se em votos, a comunicação social não tem mais nada para além do que tinha há 4 anos atrás, as oposições não têm candidatos à altura. No fim o homem vai ser um mártir e os outros todos uns malandros.
Tenho a certeza que lhe dava muito jeito, o PS ia ganhar de novo e o Sócrates teria um joker oferecido pelos portugueses, que lhe ia permitir declarar-se vencedor de todas as batalhas que tem em curso: professores, desemprego, juízes, polícia, banca, saúde, etc...
-Porque ah e tal o povo legitimou nas urnas as opções do governo e nós não podemos defraudar o capital de confiança que o povo depositou em nós. Já estou a ouvi-los...
A menos que haja alguma pontinha escondida , se fosse eu a produzir, o filme acabava ao som do "Hino da Alegria" , num palco fundo cheio de máquinas de fumo de onde aparece um Sócrates caminhando lentamente de micro na mão que chega à boca de cena e exclama: -Chegou a hora do adeus e vou-me embora!
No primeiro filme o jornal que mais alimentou a contenda desapareceu pouco depois, tive pena. Neste filme o Pacheco Pereira acaba internado na Casa de Repouso de Belas e não vou ter pena nehuma.


4 comentários:

Hélder disse...

Politiquices à parte, não me interessa se quem lança denúncias sobre a conduta profissional de Sócrates é da oposição social democrata ou deixa de ser. Nem tão pouco me interessa se o Sócrates é engenheiro ou não. O que interessa é que, no primeiro caso, o da "licenciatura", ele provou ser suficientemente trafulha para não ter direito a pertencer a ordem nenhuma, muito menos a um governo.
No caso Freeport, vamos esperar e ver. Pode ser que eu fique surpreendido e afinal o Sócrates até se tenha tornado num individuo sério, honrado e honesto.
No entanto, a história recente tem-nos mostrado que onde há fumo há fogo.

Hélder disse...

Na senda do post anterior, copio e colo aqui um email que me chegou há dias. Gramava que se fizesse uma investigação jornalística ISENTA em redor deste tema. Podia ser que depois surgisse uma investigação judicial...

"O PROFESSOR QUE SÓCRATES NÃO CONHECIA, NÃO CONHECEU NEM QUER OUVIR FALAR; A BEM DA NAÇÃO CHAMA-SE ANTÓNIO JOSÉ MORAIS E É ENGENHEIRO A SÉRIO; DAQUELES RECONHECIDOS PELA ORDEM


O António José Morais é primo em primeiro grau da Dra. Edite Estrela.
É um transmontano tal como a prima que também é uma grande amiga do Eng. Sócrates. Também é amigo de outro transmontano, também licenciado pela INDEPENDENTE o Dr. Armando Vara, antigo caixa da Caixa Geral de Depósitos e actualmente administrador da Caixa Geral de Depósitos, grande amigo do Eng. Sócrates e da Dr.ª Edite Estrela.


O Eng. Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), só que devido ao seu elevado empreendedorismo canalizava trabalhos destinados ao LNEC, para uma empresa em que era parte interessada.
Um dia foi convidado a sair pela infeliz conduta. Trabalhou para outras empresas entre as quais a HIDRO-PROJECTO e pelas mesmas razões foi convidado a sair.

Nesta sua fase de consultor de reconhecido mérito trabalhou para a Câmara da Covilhã onde vendeu serviços requisitados pelo técnico Sócrates.


Daí nasce uma amizade.


É desta amizade entre o Eng. da Covilhã e o Eng. Consultor que se dá a apresentação do Eng. Sócrates à Dr.ª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido Socialista.


E assim começa a fulgurante ascensão do Eng. Sócrates no Partido Socialista de Lisboa apadrinhada pela famosa Dr.ª Edite Estrela, ainda hoje um vulto extremamente influente no núcleo duro do líder socialista.


À ambição legítima do político Sócrates era importante acrescentar o grau de licenciatura.


Assim o Eng. Morais, já professor do prestigiado ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) passa a contar naquela Universidade com um prestigiado aluno - José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel.


O Eng. Morais demasiado envolvido noutros projectos faltava amiúde às aulas e, naturalmente, foi convidado a sair daquela docência.


Homem de grande espírito de iniciativa, rapidamente, secolocou na Universidade Independente.
Aí o seu amigo bacharel José Sócrates, imensamente absorvido na politica e na governação seguiu-o ..." porque era a escola, mais perto do ISEL que encontrou ".


E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o desconhecido mas exigente Eng. Morais. E ultrapassando todas as dificuldades, conseguindo ser ao mesmo tempo Secretário de Estado e trabalhador estudante licencia-se, e
passa a ser Engenheiro, à revelia da maçadora Ordem dos Engenheiros, que segundo consta é quem diz quem é Engenheiro ou não, sobrepondo-se completamento ao Ministério que tutela o ensino superior.


(Essa também não é muito entendível; se é a Ordem que determina quem tem aptidão para ser Engenheiro devia ser a Ordem a aprovar os Cursos de Engenharia....La Palisse não diria melhor)


Eis que licenciado o governante há que retribuir o esforço do HIPER-MEGA PROFESSOR, que com o sacrifício do seu próprio descanso deve ter dado aulas e orientado o aluno a horas fora de normal já que a ocupação de Secretário de Estado é normalmente absorvente.


E ASSIM FOI:

O amigo Vara, também secretário da Administração Interna coloca o Eng. Morais como Director Geral no GEPI, um
organismo daquele Ministério.


O Eng. Morais, um homem cheio de iniciativa, teve que ser demitido devido a adjudicações de obras não muito consonantes com a lei e outras trapalhadas na Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo Secretário de Estado Vara. (lembram-se que foi por causa dessa famigerada Fundação que o Eng. Guterres foi obrigado a demitir o já ministro Vara (pressões do Presidente Sampaio), o que levou ao corte de relações do Dr. Vara com o Dr. Sampaio - consta até que o Dr. Vara nutre pelo ex-Presidente um ódio de estimação.


O Eng. Guterres farto que estava do Partido Socialista (porque é um homem de bem, acima de qualquer suspeita, íntegro e patriota) aproveita a derrota nas autárquicas e dá uma bofetada de luva branca no Partido Socialista e manda-os todos para o desemprego.


Segue-se o Dr. Durão Barroso e o Dr. Santana Lopes que não se distinguem em praticamente nada de positivo e assim volta o Partido Socialista comandado pelo Eng. Sócrates...Que GANHA AS ELEIÇÕES COM MAIORIA ABSOLUTA.
Eis que, amigo do seu amigo é e vamos dar mais uma oportunidade ao Morais, que o tipo não é para brincadeiras.


E o Eng. Morais é nomeado Presidente do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça.


O Eng. Morais homem sensível e de coração grande, tomba de amores por uma cidadã brasileira que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo.


E como a paixão obnubila a mente e trai a razão nomeia a "brasuca " Directora de Logística dum organismo por ele
tutelado a ganhar 1600 € por mês.
Claro que ia dar chatice, porque as habilitações literárias (outra vez as malfadadas habilitações) da pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava. Daí a ser publicado no " 24 HORAS" foi um ápice.



E ASSIM lá foi o apaixonado Eng. Morais despedido outra vez."

Zé Leonel disse...

Excelente comentário, Hélder, não tens mais e-mails desses? Se não tiveres eu arranjo-te e quando acabarem faço alguns com uma escrita ainda melhor elaborada. Só não me peças para colocar o meu nome que o que está a dar é atirar a pedra e esconder a mão.

Abraço apertado para ti.

Hélder disse...

Viva!

De facto não está, mas devia estar assinado. As acções só assentam mal a quem as pratica, e neste caso, o autor não esteve bem. MAS, para, mim o que mais importa é saber se o que está neste email é verdade ou não, por isso, e acho que fui bem claro, sugeri desde início que se devia fazer uma investigação ISENTA ao caso.

Pelo menos na bronca do canudo, independentemente de não me lembrar quem lançou a atoarda, o que retive foram os factos: mentiras, esquemas, cumplicidades. Isso é que nos deveria importar a todos: a honra, principalmente a dos que se comprometem com o poder e com o serviço público. Ou será que a denúncia de factos concretos passa a ser despicienda apenas por partir da oposição?

Por exemplo, será que aquela situação da carta de marinheiro do Ferreira do Amaral não devia ser levada a sério caso tivesse sido lançada por alguém do PS? E a do Dias Loureiro no caso do banco??Quanto a mim não. São igualmente nojentas, e revelam bem a laia de políticos que nos tem governado nos últimos anos.

Vamos andando e vendo, entretanto, não te chateies tanto pá...

Fica bem e vê lá se vais dando notícias.

Abraço.