22/04/08

E o projecto é:

Como tinha previsto, as candidaturas a presidente do PSD sucedem-se em filinha e, cada dia, aparece mais uma, outra desiste e julgo que isto não vai parar tão depressa. A entrada na corrida de Manuela Ferreira Leite significa que, desta vez, o partido vai gastar todos os trunfos que lhe restam mas não quer dizer que resolva seja o que for.
O problema do PSD não tem que ver com a sua liderança, mas com o facto de estar afastado do poder. A elasticidade do nosso "centrão" que, na Europa, só tem comparação na Grécia, não deixa grande margem de manobra para fazer oposição. É por isso que a luta política dentro do tal "centrão" há muito não é ideológica, mas feita de acusações pessoais, golpes palacianos, esquemas judiciais, etc...
Sousa Franco e Freitas do Amaral são 2 de muitos outros exemplos de que entre os partidos que ocupam a faixa do poder as diferenças são quase inexistentes, tal é a extensão política que abarcam. É comum ouvirmos dizer que no PS há quem esteja mais à direita do que alguns PSDs e neste alguns mais há esquerda que nos socialistas. Isto é verdade e demonstra uma realidade que teimamos em ignorar, Portugal quase não tem políticos preocupados com o país nem coerentes naquilo que dizem defender, em vez disso temos uma multidão de raposinhas que esperam um lugar qualquer que lhes abra caminho para outro lugar um pouco melhor e assim sucessivamente. Por isso a ideologia não existe e basta que o poder esteja longe durante algum tempo para que todo o verniz estale.
De todos os candidatos que até agora se ofereceram para unir o partido há que perguntar o que politicamente os distingue, ninguém sabe. Que diferença vai fazer se o escolhido for a Manuela, ou o Pedro, ou o Patinha ou outro qualquer. Que diferença fará para o Pacheco Pereira e para o Prof. Marcelo, por exemplo? Nenhuma! E para o partido? E para o país?
O partido socialista passou pelo mesmo, convém não esquecer, contudo conseguiu fazer uma coisa que hoje era impossível acontecer no PSD - os Estados Gerais que ainda, hoje, são uma ferramenta que alguns socialistas utilizam quando mais apertados.
Vamos esperar, que ainda falta saber se Santana Lopes, Filipe Menezes ou algum dos barões na sombra vêm acrescentar mais alguma coisa. Até agora discute-se qual das candidaturas pode vir a valer mais votos e ninguém se preocupa com os projectos de cada uma, fundamentando quem há muito diz que o PSD é um partido de poder e não um partido de sociedade.

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