23/04/08

Arranca na 6ª feira, no Montijo.


A partir de sexta-feira, e até Agosto, a galeria municipal do Montijo vai recuar ao tempo do vinil e do flower power. São toneladas de discos, gravações, bobines e outras raridades que testemunham a força do rock português entre 1955 e 1974.

– Quem foi que disse que o flower power não poderia ser revisitado com cravos?

O dia 25 de Abril, sexta-feira, foi o dia escolhido pela galeria municipal do Montijo para inaugurar uma exposição sobre o rock em Portugal. Nova Vaga – o rock em Portugal 1955-1974 inclui perto de uma centena de capas de discos, fotografias, recortes de jornais, instrumentos, posters da época e gravações de bobines que testemunham a força do rock em Portugal muito antes daquilo a que viria a chamar-se «boom» do rock nos anos 1980.

Na exposição poderão ser vistos discos, muitos deles raridades, de nomes míticos como Quinteto Académico, Conchas, Chinchilas, Pop Five Music Incorporated, Zeca do Rock, Sheiks, Joaquim Costa, Conjunto Mistério e Os Claves, aos quais se juntam grupos formados nas ex-colónias portuguesas e em Macau.

Esta exposição é o resultado de cinco anos de pesquisa de dois admiradores do rock português, Edgar Raposo e Luís Futre, pesquisa essa que contou ainda com o apoio de editores discográficos da Groovie Records e variados empréstimos e cedências de material por parte de coleccionadores particulares.

Além do que vai estar exposto até finais de Agosto, os dois organizadores fizeram um livro-catálogo quase exaustivo de tudo o que foi editado naquela época. A publicação, que é suportada pela autarquia de Montijo, adopta o mesmo título da exposição, tem cerca de 120 páginas e reproduz a cores cerca de 400 capas de vinis de bandas, conjuntos e artistas portugueses que gravaram naquela época. O livro-catálogo incluirá ainda fotografias inéditas, recortes de imprensa e textos de Edgar Raposo, Luís Futre e João Carlos Callixto que fazem um enquadramento do rock, pop, psicadelismo e as diversas variações.

Os organizadores da mostra esperam editar comercialmente, no prazo de um ano, uma versão alargada e bilingue deste catálogo, já que esta época da música portuguesa é uma espécie de baú sem fundo. «Isto é quase um um trabalho de pesquisa de antropologia e de arqueologia musical», confessou Edgar Raposo à Lusa, sublinhando que, comparando com o que se faz na Europa, em Portugal ainda são raras as publicações sobre música portuguesa.

Bruna Pereira

1 comentário:

ARISTIDES DUARTE disse...

Caro Zé Leonel: Obrigado pela informação que colocaste no meu blog, mas já sabia disso. Interessa-me o catálogo.


Abraço

João