27/04/08

O candidato.

No dia 17 deste mês logo a seguir à demissão de Luís Filipe Menezes eu disse aqui o seguinte: "Tudo isto deve dar carradas de nervos a Santana Lopes, para quem, aparentemente, tudo estava bem encaminhado para o regresso ao lugar principal." Alguns amigos referiram-se ao que escrevi atribuindo-me uma espécie de "paranóia da perseguição" em relação ao ex-primeiro. Curiosamente a comunicação social nunca colocou o Pedro na corrida, mostrando, até, alguma surpresa pela sua candidatura a presidente do partido.
Pois para mim sempre foi claro que Pedro Santana Lopes estava a amanhar o terreno para ir para o único lugar que, por ora, pode ambicionar. A presidência da bancada parlamentar só foi aceite a pensar na possibilidade de progressão e por isso ele repetia constantemente que andava por aí. O que já me surpreende é a forma como tal candidatura transtornou o que resta do PSD, já ouvimos de tudo: traição, abuso, ultrapassagem, eu sei lá. Como é possível que um homem que ainda há pouco era acusado de dar cabo do partido, seja causador de tanto desassossego? Em qualquer partido político esta candidatura não estaria à partida condenada à rejeição pelos seus militantes? Pois é, mas esta não está e, em vez disso, é uma séria candidata à vitória nas directas. A crise no PSD, por ser um partido vocacionado para o poder, não é anormal. A forma como se procura um novo líder é, há muito tempo, completamente anormal.

1 comentário:

Al Kantara disse...

Caro Zé Leonel, dou a mão à palmatória : eu era um dos que pensava que o ressurgimento do Pedrito como presidente do PSD-Pêpêdê (como ele gosta de dizer) era um cenário de ficção científica menos provável que a vitória do Benfica no actual campeonato. Vejo agora que de política sei muito pouco e que, depois disto, já nem me falta ver um porco a andar de bicicleta...