15/01/08

Filhos...

A minha amiga Clara casou pela segunda vez e trouxe com ela o Tiago, hoje com 14/15 anos, do 1º casamento. Desde o namoro com o Pedro Inácio, o actual marido, que a Clara foi acumulando problemas com o Tiago. O miúdo começou por não aceitar o namoro fazendo tudo o que estava ao seu alcance para desestabilizar, depois recusou aceitar a família e amigos do Pedro, conseguindo ficar em casa quando todos saíam juntos. Aos poucos foi, ao contrário de todos os outros, deixando de participar nas tarefas domésticas. Enquanto isso a Clara ia dizendo que isso haveria de mudar e deixou correr. O Tiago foi continuando, deixou de levar o lixo à rua, de arrumar o quarto, de ajudar a tomar conta do irmãozito mais novo, de estar presente quando a família se reúne, de dar explicações quando lhe eram pedidas. A Clara, pelo que sei agora, foi ficando cada vez mais preocupada mas nunca o demonstrou. Neste momento o Tiago vive com a mãe, com o irmão e com o filho do Pedro Inácio em casa deste, mas tem condições especiais: passa o tempo na cama, não pode ser incomodado, não participa em coisa alguma e só comunica com os outros quando quer pedir alguma coisa.
Estive com a Clara este fim de semana e ela, finalmente, queixou-se. O rapaz diz, agora, que os estudos não lhe dizem nada e passou a demonstrar um desinteresse absoluto pela escola. A mãe está em pânico e quis saber a minha opinião e eu não fui capaz de a dar toda de uma vez. Ser mãe/pai é uma tarefa de tal forma complexa que quando algo corre mal é preciso fazer tudo para que algum alicerce fique de pé para que não se desmorone tudo. Agora que deveria haver uma espécie de carta de condução obrigatória para ter filhos é verdade.

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