O Sr. Scolari, o sr. Barroso e os portugueses.

A forma como o Sr. Scolari respondeu aos jornalistas espanhóis foi uma lição para todos os portugueses; cidadãos comuns, jogadores, treinadores, presidentes disto e daquilo, políticos, empresários, etc.… O Sr. vai ao ponto de dizer que, por agora, é português e que como tal recusa falar com quem não teve respeito por Portugal. Tudo isto antes do jogo começar. Nunca vi nada assim, o comum é os espanhóis paparem-nos tudo e nós ainda pedirmos desculpa pela nossa insignificância.
O normal é os treinadores portugueses anteciparem as desculpas das derrotas ainda antes delas acontecerem e neste caso tinham matéria que nunca mais acabava: a forma como o treinador foi desrespeitado por nós, a forma como alguns jogadores foram rebaixados por comentaristas, federação e presidentes de clubes (será a estes que o Figo se refere quando diz que há pessoas que têm garrafas de champanhe preparadas para abrir no dia em que a selecção perder?)
Mas o Scolari não, pediu desculpas aos portugueses pela derrota frente à Grécia e desencadeou a maior onda de solidariedade jamais vista em torno da selecção e, ainda, transformou um monte de jogadores desunidos num conjunto de luta e querer como não há memória.

Apetece aqui fazer uma analogia com o nosso governo. Mal o Sr. Barroso tomou posse passou a desancar o governo anterior atribuindo-lhe culpas por um défice que era preciso resolver e nesse pressuposto estrangulou os portugueses, causando-lhes a maior crise económica e depressiva dos últimos 30 anos. Ao invés, outros estados europeus decidiram lutar dentro da CE para a flexibilidade do tal PEC e ao que tudo indica vão conseguir conquistar o que pretendem.

Quem tratou melhor os portugueses, o Sr. Scolari ou o Sr. Barroso?