13/10/04

A Censura e o Motor de Arranque.

Somos um país de queixinhas, mas até para nos queixarmos precisamos de ser empurrados. Sempre foi assim, passamos a vida a dizer mal disto e daquilo mas nunca, ou raramente, no local certo ou à pessoa certa. Queixamo-nos do marido à amiga, da amiga ao marido, do sapateiro ao barbeiro, do homem do talho à padeira e por aí fora mas raramente aceitamos assumir a luta com quem é preciso lutar. Por outro lado quando a excepção acontece, ou seja quando alguém decide tomar as rédeas de qualquer luta, vem por arrasto todas as lutas que ficaram reprimidas. É então sabido que quando alguém decide protestar e enfrenter o sapateiro a seguir alguém vai protestar e enfrentar o homem do talho e assim sucessivamente. É normal? - Para nós, portugueses, é!

Nos últimos tempos isso tem sido bastante claro para todos nós. Apareceu o caso Casa Pia apareceram nos tempos seguintes casos diários de pedofília, aparece uma criança mal-tratada pelos pais e já sabemos que vão aparecer outras nos dias seguintes, apareceu a hipótese de censura no caso do Prof. Marcelo e:
- Os Srs. comentadores relembram a atitude do Sr. Santana Lopes quando foi caricaturado na TV, o Sr. Dias Ferreira diz que o PSL o censurou no programa "Jogo Falado", um Sr. Ex-director de um jornal do Oeste diz que PSL o silenciou e isto ainda agora começou. Mas porque terá sido que toda esta gente não falou quando e onde deveria falar? É que já chateia ouvir as pessoas dizer após os acontecimentos vindos a público coisas como: "- Nós sempre soubemos que era assim!"

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