07/02/08

Naturalmente, digamos.

Tinha de acontecer um dia (naturalmente, digamos) que o homenzinho não descascasse no Paulo Bento, mas aconteceu ontem. Mesmo assim ainda deu uns toquezinhos quando se referia às bundas grandes e passou pelos João Moutinho e Miguel Veloso.
Eu não entendo este Rui Santos, ou melhor custa-me a reconhecer o país onde ele julga que vive. Para ele Benfica, Sporting, Porto estão ao nível dos melhores clubes do mundo e só não ganham tudo porque cometem muitos erros. Os nossos jogadores são os melhores do mundo, a nossa selecção, por consequência, é a melhor do mundo e até os árbitros são do melhor desde que não lhe entortem as crónicas.
Rui Santos esforça-se por fazer crónicas bonitas, se calhar a pensar compilá-las um dia em livro, mas está (naturalmente, digamos) afastado da realidade. Ele não fala de futebol, nem para conhecedores de futebol, fala para o recibo do seu ordenado.
Ontem o tema era a selecção nacional e lá estava ele (naturalmente, digamos) a explicar todos os males da equipa das quinas e a forma de solucioná-los, como faz habitualmente com os clubes. Está a falar de homens como se fossem robots cheios de circuitos integrados, onde basta diminuir ou aumentar o valor duma resistência ou trocar um transístor para que tudo funcione às mil maravilhas. Quando ouvimos Rui Santos ficamos com a sensação que os restantes interessados pelo desporto-rei estão todos equivocados, que ninguém acerta uma e o que seria de nós se não houvesse este Rui. Não seria melhor que o homem se dedicasse a comentar (naturalmente, digamos) Baseball ou Cricket para todos o ouvirmos com muita atenção.

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